Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) as doenças cardiovasculares são as primeiras causas de morte no mundo e, de acordo com o Ministério da Saúde, mais de 30% da população brasileira morre em decorrência disso.

Dentre os problemas cardíacos de maior prevalência no país está a aterosclerose, o tipo mais comum da arteriosclerose. Ela ocorre devido ao entupimento dos vasos do coração por gordura que se acumula ao logo da vida, gerando placas que causam obstrução e restringe o fluxo sanguíneo, causando problema para o coração, que não vai receber os nutrientes adequados, entre eles o oxigênio.

O cirurgião cardíaco Marco Guedes, coordenador do Serviço de Cirurgia Cardiovascular do Hospital da Bahia, em Salvador, alerta que hábitos nada saudáveis contribuem a obstrução das artérias, que está relacionada a diversas doenças cardiovasculares de muita ocorrência no país, como infarto, angina, insuficiência cardíaca e morte súbita.

“A falta de atividade física regular e hábitos prejudiciais à saúde, como consumo excessivo de álcool, cigarro e alimentos com alto índice de gordura são fatores de risco”.

Além do coração, o entupimento dos vasos pode prejudicar também artérias de médio e grande porte, como rins, pernas, grande parte do cérebro e outros órgãos vitais.

 

 

Sintomas e prevenção

Em relação ao coração, a obstrução sanguínea pode gerar sintomas como angina (dor no peito), dispneia (dificuldade em respirar) e sudorese. E em alguns casos podem ocorrer arritmia e morte súbita.

A aterosclerose tem um crescimento lento e só apresenta sintomas em estágio avançado, portanto a melhor prevenção é cuidar dos fatores de risco, incluindo atividade física regular, abandono do tabagismo, alimentação balanceada com baixo consumo de gorduras e sal, além de seguir as orientações do seu cardiologista clínico.

O cirurgião orienta que existem diversos exames complementares que podem ser utilizados para avaliação cardiológica, como teste ergométrico, cintilografia, tomografia, ressonância ou cateterismo cardíaco.  

“Em muitos casos, a pessoa só descobre o problema após uma situação de emergência, como um infarto, por exemplo. Mas o diagnóstico precoce pode salvar músculo cardíaco, por isso é determinante para um bom prognóstico”.

 

Causas

Os principais fatores de risco para aterosclerose são:

- Sedentarismo

- Alimentação inapropriada

- Hipertensão

- Diabetes

- Colesterol alto

- Tabagismo

- Obesidade 

Em algumas poucas situações a causa pode ser hereditária, como nos casos de portadores de hipercolesterolemia familiar, doença que se caracteriza por níveis muito elevados do colesterol, desde criança.

 

Tratamento

O tratamento intervencionista é necessário nos casos onde o tratamento conservador não foi suficiente para controlar os sintomas, ou quando já existem disfunções estruturais cardíacas. Mas, conforme explica o cirurgião, o melhor tratamento para aterosclerose é a prevenção.

“Nos últimos anos houve um desenvolvimento muito grande em vários setores da medicina cardiovascular na busca de redução do risco, e em oferecer cada vez mais procedimentos menos invasivos, mas na grande maioria dos casos o tratamento está exclusivamente no combate aos fatores de risco, sejam eles através de controle farmacológico ou simplesmente através de hábitos saudáveis”.

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