O que é retinopatia: cuidado com o diabetes e a hipertensão

Além do diabetes e da hipertensão outros fatores são riscos para a retinopatia, doença da retina que atinge milhões de brasileiros e pode levar à perda da visão

 

A retina é um tecido altamente vascularizado no qual alterações sistêmicas, como diabetes e hipertensão, podem levar a dano vascular com consequente lesão do tecido neurossensorial. E as doenças da retina, como as retinopatias, que podem ocorrer tanto na da infância quanto na velhice, são graves causas de cegueira.

De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a retinopatia diabética é a principal causa de cegueira evitável entre pessoas de 20 a 64 anos, e, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), mais de 10 milhões de brasileiros convivem com essa doença.

 

As principais causas de retinopatia são:

 

• Diabetes (retinopatia diabética)

• Hipertensão arterial (retinopatia hipertensiva)

• Prematuridade do recém-nascido (retinopatia da prematuridade)

• Velhice (degeneração macular relacionada a idade – DMRI)

• Gravidez em pacientes diabéticas (além do obstetra, gestantes nessa condição precisam de acompanhamento com endocrinologista e oftalmologista)

• Anemia falciforme

• Exposição solar direta (retinopatia solar)

• Medicação

• Oclusão retinal e venal

 

Outros fatores de risco são:

 

• Tempo de permanência da doença

• Tabagismo

• Doença renal associada

 

 

 

As retinopatias mais frequentes são a diabética e a hipertensiva.

 

A retinopatia diabética, inicialmente, não apresenta sintomas aparentes pois as lesões podem ser na periferia da retina e, apesar de bastante graves, podem não ser percebidas. Por esse motivo, o exame de retina em diabéticos precisa ser feito em períodos programados.

Portadores de diabete tipo 1 precisam ter o primeiro exame oftalmológico no 5º ano do diagnóstico, e portadores do diabetes tipo II precisam fazer o primeiro exame de fundo de olho no momento do diagnóstico.

 

Sintomas:

 

• Perda gradual da visão

• Pontos cegos (embora a pessoa possa não perceber)

• Visão embaçada

• Pontos flutuantes (manchas escuras) ou flashes de luz

• Perda de visão repentina, grave e indolor

 

A melhor forma de prevenção da retinopatia diabética é estabilizar o nível de glicose no sangue e fazer um bom controle metabólico. Por isso, é importante também ter acompanhamento com endocrinologista.

 

A retinopatia hipertensiva ocorre quando o aumento da pressão arterial provoca aumento nos vasos da retina, o que atrapalha o fluxo de sangue na região, gerando atrofia da vascularização.

Ter hipertensão e/ou diabetes, ou histórico familiar dessas doenças, são fatores de risco que precisam de atenção e acompanhamento médico, uma vez que a retinopatia hipertensiva pode apresentar sintomas somente quando já está em estágio avançado.

Assim que for diagnosticado, o tratamento deve começar imediatamente para controlar a pressão arterial e as alterações da retina voltarem ao normal.

 

Sintomas

 

• Visão embaçada

• Sensibilidade à luz

• Perda de visão central ou periférica

Dores de cabeça frequentes

 

Quem é hipertenso precisa fazer o exame ao menos uma vez por ano, ou de acordo com o critério que o médico determinar.  Além disso, é importante mudar hábitos de vida e priorizar uma rotina saudável, evitando cigarro, excesso de sal, alimentação desequilibrada e sedentarismo – fatores que contribuem, e muito, para o desequilíbrio da pressão arterial.



Fonte consultada: oftalmologista e professor André Castelo Branco, especialista em retina e vítreo.

 

Leia também:

A miopia cresceu 40% entre os jovens durante a pandemia