Hormônios e falta de nutrientes podem ser a causa do cansaço físico e mental

Você sabia que a fadiga física e mental pode estar relacionada ao desequilíbrio hormonal e a deficiência nutricional? Os sintomas geralmente são desânimo, cansaço contínuo, esquecimento, dificuldade de concentração, irritabilidade, alterações frequentes de humor, sonolência, ou falta de sono, diminuição do desejo sexual, dentre outros.

Embora essas ocorrências também possam indicar estresse relacionado a outros problemas, como a Síndrome de Burnout, depressão, trauma recente de vida ou mesmo transtorno de ansiedade, é aconselhável procurar um médico para avaliar se existe alguma alteração hormonal ou nutricional que está desencadeando esses sintomas.

O endocrinologista Fábio Rogério Trujilho explica que é importante procurar identificar a causa. A fadiga física e mental, além de prejudicar o desempenho profissional e o convívio com as outras pessoas, também diminuiu a imunidade, o que nos deixa predispostos a doenças.

 “Com uma boa consulta médica, um histórico clínico e os exames necessários é possível diagnosticar se há falta ou excesso de hormônio ou nutriente. O diagnóstico da fadiga por estresse crônico geralmente é feito por exclusão, ou seja, quando outras causas físicas não são encontradas”.

De acordo com Dr. Fábio, vários hormônios podem causar esse sintomas como os da tireoide, a testosterona, o estradiol, a prolactina, o cortisol e a insulina. Mas depende do grau de desequilíbrio e da resposta individual de cada um. Quanto aos nutrientes deficientes podem ser ferro, vitamina B12 e zinco.

 

Por que isso ocorre

A causa do desequilíbrio hormonal pode ter diversos motivos como o avançar da idade, ou uma doença na glândula responsável pela produção de hormônio, ou causa genética, trauma ou infecção. “Geralmente a deficiência hormonal não é a única causa, embora possa interferir para esse quadro uma vez que, tanto mulheres como homens, tem uma diminuição na produção de seus hormônios sexuais, que pode contribuir para a instalação deste quadro. Mas é importante destacar que isso varia de pessoa para pessoa”, explica o endocrinologista.

O médico alerta também que uma alimentação inadequada e o sedentarismo podem ter papel importante no surgimento desse quadro. E sem falar que hábitos nada saudáveis de vida contribuem para a obesidade, que está por trás de doenças que também podem levar a esse quadro.

“A obesidade, hoje, atinge índices alarmantes e contribui para o crescimento de várias doenças, entre elas o diabetes tipo 2, que quando não está bem tratada pode contribuir para o aparecimento de fadiga. E muitas vezes também está associada à diminuição da testosterona em homens, cuja deficiência pode contribuir para o cansaço”.

 

Hipertiroidismo e cirurgia bariátrica

O médico destaca que também é importante investigar se há deficiência hormonal ou desequilibro nutricional para evitar outros problemas, como por exemplo:

No caso de deficiência hormonal: o hipertireoidismo (excesso de produção de hormônio da tireoide) tem sintomas como fadiga, emagrecimento, nervosismo, tremores e palpitações. Mas caso esse problema não seja tratado adequadamente o indivíduo pode evoluir para problemas cardíacos e psiquiátricos graves, que podem levar à morte.

No caso de desequilíbrio nutricional: quem foi submetido a cirurgia bariátrica e não segue o acompanhamento médico adequado, nem faz uso das reposições de vitaminas e nutrientes, pode ter ocorrências como intensa queda de cabelo, cansaço, anemia e diminuição da imunidade. “É uma situação frequente nesses casos. A deficiência de vitamina B12, por exemplo, pode levar a um quadro de anemia e uma fraqueza muscular importante, muitas vezes acompanhado de dores limitantes nas pernas”, alerta o endocrinologista.

 

 

Dr. Fábio Rogério Trujilho é especialista em endocrinologia e metabologia, preceptor da Residência Médica do Centro de Referência em Diabetes e Endocrinologia da Bahia (CEDEBA), professor de Endocrinologia e Metabologia da UniFTC, membro da Comissão Nacional de Doenças Crônicas, Não Transmissíveis, Obesidade e Envelhecimento da Associação Médica Brasileira (AMB), e vice-presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), onde também é membro da Comissão Científica.