Fazer musculação reduz o risco de infarto e derrame cerebral

Além de reduzir em até 70% o risco de infarto e derrame cerebral, a musculação ajuda a combater fatores de risco diretamente ligados à saúde cardiovascular, como obesidade, hipertensão e diabetes.

 

Já existem diversas evidências que mostram como a atividade física, praticada de forma adequada e respeitando os limites individuais, pode contribuir tanto para a prevenção de doenças cardíacas quanto para o controle de doenças para quem já possui o diagnóstico.

Assim como o restante do corpo, o coração também é um músculo e, portanto, deve ser exercitado. Estudos já publicados revelaram que fazer musculação rotineiramente pode reduzir em até 70% o risco de infarto e derrame cerebral, além de melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir a pressão arterial média. Sendo assim, a musculação também ajuda a combater fatores de risco diretamente ligados à saúde cardiovascular, como obesidade, hipertensão e diabetes.

A American Heart Association, assim como a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), sugere em suas diretrizes que todo indivíduo deve exercitar-se ao menos 150 minutos por semana de atividade moderada, ou 75 minutos, no mínimo, de atividade moderada a intensa, divididos em exercícios aeróbicos e de resistência.

 

Por que a musculação faz tão bem para o coração?

De acordo com o médico cardiologista Luiz Eduardo Ritt, um dos autores das diretrizes para a cardiologia do esporte e do exercício da SBC e da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), a musculação é um exercício de resistência com componente aeróbico que, além de levar a um ganho funcional, também proporciona força muscular, principalmente nos membros inferiores, trazendo ganhos na circulação venosa, no retorno venoso ao coração, no consumo de oxigênio a nível tecidual, na redução em radicais livres, vasodilatação das artérias e melhor fluxo sanguíneo, inclusive coronário.

“Mesmo os exercícios de resistência feitos em série já representam um componente aeróbico associado. Ou seja, treinos de resistência são benéficos para a saúde cardiovascular, independente de estarem associados ou não às atividades aeróbicas”, revela o médico. Ele também explica que o ganho em massa muscular impacta na redução da sarcopenia e aumento o equilíbrio, "o que é muito importante, não só em jovens mas, principalmente, nos idosos”, explica.

 

Benefícios para idosos cardiopatas

Ao contrário do que muita gente pensa, pessoas com doenças cardiovasculares também devem fazer exercício de resistência, que é particularmente favorável no paciente idoso e frágil.

Estudo recente, publicado na renomada revista New England Journal of Medicine, mostrou que um programa de exercícios estruturados com componentes resistido de equilíbrio e aeróbica, levou à redução na necessidade de hospitalização e reduziu a fragilidade em idosos cardiopatas com internação recente.

 

Leia também

Musculação na adolescência: cuidados e benefícios

Por que a atividade física previne e combate o câncer

Cardiomiopatia hipertrófica: o risco de morte súbita em atletas