Câncer de pulmão: fumantes e ex-fumantes precisam fazer o rastreamento

O diagnóstico precoce é fundamental para ampliar as chances de um tratamento efetivo. E a melhor forma de prevenir, é combater o tabagismo, o principal fator de risco

 

Em todo o mundo, o câncer de pulmão é um dos mais prevalentes e tem importância epidemiológica. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados 30.200 novos casos, com maior prevalência entre o sexo masculino.

O tabagismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença, inclusive para o fumante passivo, por isso é fundamental fazer o rastreamento. “Fumantes atuais, ou que deixaram de fumar até 15 anos atrás, com carga tabágica de até 20 anos/maço, com idade entre os 50 e 80 anos, precisam fazer o rastreamento, através de uma tomografia de baixa dose anual, alerta a oncologista Samira Mascarenhas

E abandonar o cigarro é essencial, porem é difícil e requer ajuda. A especialista recomenda que os fumantes devem buscar ajuda especializada, com equipe multidisciplinar. “Não é uma missão simples e fácil, mas é necessário. Abandonar o tabagismo é a melhor forma de evitar o câncer de pulmão”, explica.

 

Sintomas

O câncer de pulmão, na maioria das vezes, é silencioso. Por isso, é necessário ficar atento a essas mudanças de padrão:

 

• Tosse, especialmente quando acompanhada de sangramento, falta de ar e dores torácicas

• Perda de peso

• Diminuição de apetite

• Cansaço mais fácil do que o habitual

 

Outros fatores de risco

Além do tabagismo, alguns fatores também contribuem para o desenvolvimento ou a evolução da doença, como a exposição ao radônio, asbesto, além da poluição ambiental que aparece como um fator importante. E mais recentemente tem se investigado o papel da genética e hereditariedade como fator de risco. 

 

Tratamento e equipe multidisciplinar

De acordo com Dra. Samira, o tratamento do câncer de pulmão passou por uma grande revolução nos últimos anos. Desde cirurgias cada vez menos invasivas, à radioterapia com uso da tecnologia, que vem otimizando resultados e minimizando efeitos colaterais, ao diagnóstico molecular com biomarcadores que trouxeram impacto na decisão terapêutica. "Com o avanço da biologia molecular foi possível entender melhor a doença, buscar tratamentos que atuem de forma mais personalizada, aumentando as taxas de respostas e melhorando qualidade de vida", esclarece.

Porém, ela destaca que, mesmo com o avanço no tratamento, é fundamental e é ter uma equipe multidisciplinar e dedicada, que otimize a decisão estratégica e minimize o tempo entre o diagnóstico e início do tratamento.

 

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