Sustentabilidade em ambientes médicos

Adotar medidas para o descarte de resíduos, além de redução do consumo de energia e água são ações que não apenas promovem um ambiente mais saudável para pacientes e funcionários em ambientes médicos, mas geram benefícios ambientais significativos enquanto reduzem os custos operacionais.

 

Incorporar a sustentabilidade em ambientes médicos não apenas diminui o consumo de recursos naturais, mas também reflete um compromisso com a prática responsável. Ambientes hospitalares estão adotando medidas que abrangem desde o descarte de resíduos até a redução do consumo de energia e água. São ações que não apenas promovem um ambiente mais saudável para pacientes e funcionários, mas geram benefícios ambientais significativos, enquanto reduzem os custos operacionais. "Além disso, promove uma cultura de preservação ambiental, fortalecendo a conexão entre equipe e pacientes e agregando valor à empresa, indo além de suas responsabilidades básicas”, enfatiza a arquiteta Manuela Martinez Medrado, especialista em neuroarquitetura e design biofílico, com experiência em projetos de sustentabilidade em clínicas médicas.

A arquiteta destaca que a sustentabilidade deve ser considerada desde o início do projeto arquitetônico, garantindo que todas as decisões estejam alinhadas com os valores da empresa.  “O desenho da planta baixa já deve prever posições entre os ambientes que favoreça a ventilação e iluminação natural sempre que possível; os sistemas de infraestrutura devem ser previstos de forma que facilitem a reutilização destes recursos; e também é muito recomendado que os materiais especificados e métodos construtivos sejam de origem sustentável e de baixo impacto ao ambiente. Dessa forma, o projeto vai amadurecendo seguindo os princípios favoráveis ao ecossistema”, explica a arquiteta.

 

Dicas importantes para projetos sustentáveis em ambientes médicos:

 

Sempre priorizar projeto arquitetônico que favoreça o aproveitamento da iluminação e ventilação natural, gerando benefícios direto ao meio ambiente, aos pacientes e funcionários.

• A circulação e renovação do ar é fundamental para oferecer segurança sanitária aos ambientes, o que, muitas vezes, resulta na instalação de sistemas de exaustão e/ou similares, demandando consumo de energia e de equipamentos.  O recomendado é que toda essa energia demandada seja de origem renovável e de baixo impacto.

• Os espaços de curta permanência, aqueles onde as pessoas ficam poucos minutos ao longo do dia, como sanitários, escadas, depósitos, etc podem ficar posicionados em locais menos privilegiados do terreno. Já os ambientes de longa permanência, como recepções, consultórios, salas de atendimento e leitos, devem estar posicionados nas partes do terreno com incidência solar e ventilação.

• Outro grande desafio é com o descarte de materiais que, inevitavelmente, é em grande volume, além de exigir estudo de fluxos específico. Cabe à clínica destinar esses resíduos para reciclagem sempre que possível para reduzir o impacto. O descarte de resíduos sólidos deve sempre estar alinhado com às normas vigentes e às melhores práticas para o setor, por meio de contratos com empresas licenciadas e credenciadas.

É possível utilizar materiais de origem limpa, com baixo impacto ao ecossistema. Por exemplo: a utilização de lâmpadas LED, que possuem baixo consumo de energia, juntamente com sensores de presença em áreas comuns permitindo que a iluminação seja ativada somente durante a ocupação.

• Outra prática muito importante é adotar medidas sustentáveis por meio de uma obra mais limpa, com geração de menos entulhos, menos desperdício de materiais e maior aproveitamento dos recursos disponíveis.

• Também é possível economizar no consumo de água, prevendo um sistema de reaproveitamento de águas que seriam descartadas, e captação de águas pluviais.

 “Uma clínica que se mostra preocupada em preservar o meio ambiente, automaticamente mostra os seus valores e sua cultura, fortalecendo a conexão dos seus funcionários e pacientes com o ambiente externo, aquele que também fazemos parte. Ter uma postura favorável ao ecossistema cria um senso de responsabilidade para cada indivíduo e agrega valor à empresa e aos serviços que ela oferece”, reforça a arquiteta.

 

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