Por que fazer pilates durante a gravidez

O pilates ganha destaque como exercício e relaxamento, e traz inúmeros benefícios antes, durante e após a gestação

 

No passado, as mulheres grávidas eram aconselhadas a evitar exercícios durante a gravidez, pois havia preocupações sobre o risco de parto prematuro e crescimento fetal insuficiente, mas ao longo do tempo evidências vêm mostrando que exercícios aeróbicos e de força/tonificação, de intensidade moderada, realizados 3 ou 4 dias na semana, trazem benefícios para a gestação, e não foram associados a um risco aumentado de nascimentos prematuros ou bebês com baixo peso ao nascer.

E dentre as atividades físicas indicadas, o pilates vem ganhando destaque como forma de exercício e relaxamento, por beneficiar a estabilidade da coluna lombar e da cintura pélvica (bacia), bem como o controle motor, a força e a resistência muscular. “Alguns estudos sugerem que os exercícios de pilates podem ajudar mulheres grávidas de baixo risco a ter uma gravidez mais saudável e a se prepararem para as demandas físicas do trabalho de parto, e o parto, ao fortalecer os músculos do abdômen e das costas e, com isso, minimizar os riscos devido ao aumento da lordose durante a gestação”, explica a ginecologista e obstetra Dra. Célia Crisóstomo.

A fisioterapeuta e instrutora de pilates Larissa Barros também destaca os benefícios da atividade durante a gestação, período em que a mulher sofre com alterações fisiológicas, ocasionando desconforto em algumas regiões. “Alivia as dores nas costas, ajuda a suportar melhor o peso da barriga, melhora a circulação, dá maior oxigenação para o bebê, fortalecimento muscular global, redução do inchaço, melhora a respiração, fortalece o assoalho pélvico, e diminui o risco de incontinência urinária durante a gravidez e no pós parto”.

 

Antes e após o parto

A obstetra explica que o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, com exercícios de pilates, é recomendado durante a gravidez, e após o parto, como forma de prevenção da incontinência urinária e fecal, que atingem cerca de 1/3 e 1/10 das mulheres, respectivamente. Além disso, com os exercícios há uma redução significativa na intensidade da dor no parto e na duração da fase ativa do segundo estágio do trabalho de parto, aumentando a satisfação materna, sem causar complicações para mãe e o bebê. “E alguns estudos sugerem, ainda, menor trauma do períneo nos partos espontâneos”, informa a obstetra.

 

Cuidados

Evidências mostram que gestantes sem contraindicações podem exercitar-se até o terceiro trimestre, porém no primeiro trimestre todo cuidado é pouco devido ao risco de aborto. “Com segurança e precaução a mulher pode, e deve, fazer exercício físico durante a gravidez, desde que consultando previamente seu obstetra para análise dos sinais e sintomas, bem como avaliação dos exames complementares”, orienta a obstetra.

 

Sinais de alerta

Qualquer exercício que afete o equilíbrio da gestante deve ser evitado pois pode levar ao risco de queda ou trauma abdominal, além de parto prematuro, ruptura da bolsa e descolamento da placenta.

Diante desses sinais qualquer atividade física deve ser interrompida: sangramento vaginal, dor abdominal, contrações dolorosas regulares, perda de líquido amniótico, falta de ar, tontura, dor de cabeça, dor no peito, fraqueza muscular que afeta o equilíbrio, dor ou inchaço.

 

Saiba mais sobre os benefícios e os cuidados de atividade física durante a gravidez.

 

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