Outubro Rosa: reconstrução da mama auxilia na recuperação da autoestima

A mastectomia, retirada parcial ou total das mamas para extirpar o câncer de mama, prejudica muito a feminilidade e abala a autoestima na maioria das pacientes, o que pode desencadear o desenvolvimento de outras doenças como a depressão, por exemplo.

Mas a cirurgiã plástica Amália Spector, associada da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), alerta que a maioria das mulheres que passa pela mastectomia podem fazer a reconstrução mamária, e algumas enxergam na cirurgia uma oportunidade de recomeçar, e voltar a se sentir bem com o corpo.

“A reconstrução de mama é um direito adquirido por toda mulher, e tem como objetivo devolver a autoestima e a qualidade de vida para ela. E, dentro de um processo tão difícil em que a paciente se encontra, cabe a nós, médicos, utilizar todas as técnicas que estão ao nosso alcance para ajudar”.

 

Reconstrução da mama

Existem diferentes técnicas de cirurgia para a reconstrução da mama, e as principais são com implante de prótese de silicone (a mais utilizada), uso de expansor cutâneo, e transferência de retalhos de pele. A escolha vai depender da forma, do tamanho e da localização da retirada do tecido.

 “É preciso avaliar bem com a paciente as vantagens e as desvantagens de cada procedimento, para definir uma conduta individualizada”, explica a cirurgiã.

O tipo de reconstrução é definido em consulta médica pré-operatória, onde são avaliados a quantidade de pele que será retirada, o tamanho da mama da paciente, o desejo dela em relação ao tamanho, e a necessidade de tratamentos complementares, como quimioterapia e radioterapia.

 

Quando fazer

A cirurgiã explica que a reconstrução tanto pode ser imediata - ou seja, quando a paciente passar pela mastectomia também pode fazer a reconstrução, ao mesmo tempo; como também pode ser tardia, quando a paciente não tiver condições clínicas para realizar o procedimento imediatamente, ou preferir focar na recuperação da saúde para analisar com calma as opções de reconstrução, depois. “O importante é resgatar a qualidade de vida e a autoestima das pacientes”.

 

Como fica a funcionalidade da mama

A retirada faz com que a mama perca sua função básica de produção de leite materno. Portanto, pacientes submetidas à mastectomia não são capazes de amamentar. Apesar de não ter a função de lactação, a mama reconstruída devolve para a mulher suas características e ajuda na autoestima e segurança.

“A mama é um órgão que representa a mulher, e sua feminilidade. Reconstruir uma mama devolve a ela sua segurança, ajuda na sua autoaceitação, e a lidar melhor com sua sexualidade que, muitas vezes, pode ser perdida após uma mastectomia”, explica a cirurgiã.

 

Contraindicação ou impedimento

Existem duas situações onde não é indicado o procedimento de reconstrução da mama:

• Quando a paciente tem alguma doença que eleve muito seu risco cirúrgico, como, por exemplo, uma doença cardíaca descompensada. Neste caso, tem que aguardar a melhora clínica da paciente;

• Quando o tumor está mais avançado e a cirurgia não teve objetivo de cura. Nesse caso, a doença pode progredir no local, impedindo a reconstrução da mama.

Infelizmente, a retirada da mama não elimina em 100% a ocorrência de um novo câncer de mama.

 

A edição de outubro da revista ABM trará uma matéria especial sobre os avanços na prevenção do câncer de mama. Fique ligada!